quinta-feira, 26 de julho de 2012

Onde foi que eu errei?

A vida é uma reserva de insanidades. Por insanidades, refiro-me a loucuras das mais doidas e estupefatas possíveis. O mais incrível é que se vive sem questionar. Mas não se questiona sem viver. De certo modo, a pergunta e a resposta, bem como a geografia, estão amarradas. E, estando atadas uma à outra, é semi-impossível não incorrer na realidade de um dia chegar e tais questões surgirem à tona em momentos impróprios. Impressionante forma como a psique elabora tais perguntas, esquecendo-se de muito que já passou, das respostas anteriores armazenadas, da vivência, da certeza dos erros e, muitas vezes, da certeza do motivo da colheita. Mas de qualquer modo, lá surge a indagação: "Onde foi que eu errei?". Para que minha vida estivesse assim hoje, onde foi? Minhas más escolhas, o pecado que em mim reside, a falta de comunicação, o excessivo uso de artifícios e vergonhas que se levantam nos minutos errados, arrasando com o dia, terminando com a beleza que outrora fora. 

Sim, sinto muito. Mas essa pergunta veio à tona. Onde foi que eu errei, afinal? O amor de muitos que estão próximos já não está mais aqui. Quem sabe o que o futuro me reserva? Será apenas um pouco de insanidade, como havia comentado acima? Ou será que é possível tornar a sorrir com a melhor das intenções, a paz que excede o entendimento, a alegria da Salvação? Basta um pequeno sorriso para esconder uma grande tristeza! À medida, porém, que o sorriso se torna forçado, na intensidade de uma falsidade interior, passa-se a perceber a incredulidade do coração, as dúvidas, o incerto. 

Afinal, onde foi que eu errei? Perdi o amor fraterno. A saudade não existe, a dor parece ter sumido. Por que se escondem as faces nos momentos de luta? Seria tão mais fácil se a expressasse e demonstrasse o verdadeiro sentimento. Na realidade, o erro é inerente; "erro" e "humano" em mesma sentença é o mesmo que chover no molhado. E por aí vai a prosa. Espero na próxima estar apto às minhas próprias respostas.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Decepção

Já devo ter escrito sobre esse tema em outra oportunidade. Mas me sinto impelido a voltar, as entranhas me enviam. Você pode viver uma vida de decepções: amigos, familiares, cônjuges, namorados, namoradas, etc. São diversas decepções nessa vida. Algumas com o chefe, outras com o empregado, umas com os ladrões, outras ainda com os políticos que elegemos. Mas nenhuma delas, sequer, pode chegar próximo do que denomino auto-decepção. Esta, por sua vez, é a grandiosa, imperatriz e dona de todas as outras. Quando por perto, ofusca a vista para quaisquer outras verdades ou inverdades em derredor. A auto-decepção é tão destrutiva quanto a depressão. Talvez seja uma das causas - não me habilito a discorrer sobre um tema tão complexo e fora de meu conhecimento. 

A auto-decepção pode surgir numa briga com os pais, filhos, melhores amigos. Palavras ditas que, sim, voltam! Fortes e vivas, em forma de decepção, depreciação, desconsolo! Há uma colheita para cada plantio. Não podemos desfazer o fato, refazer o passado. A ocasião que o levou ao conhecimento da auto-decepção já foi, meu amigo. Você não pode fazer nada diante disso, e talvez por esse motivo, a auto-decepção seja tão destrutiva. É iminente sofrer diante da decepção. Quanto mais daquela que mostra o quão estúpido estamos sendo ou agimos em determinada situação. E o pior é o seguinte... a auto-decepção muitas vezes se mostra de formas negras e negativas. Quando descobrimos que não somos aquilo que estimávamos ser; quando decepcionamos nossos valores e os jogamos longe de qualquer forma de agarre. A auto-decepção é um caos, um câncer, uma verdade. Fuja dela, fuja de suas garras.

Os dias são maus. Já havia dito Jesus Cristo há cerca de dois mil anos. E são mesmo. Mas por quê? Porque nós, seres habitantes desse planeta, formadores dos dias - sejam bons ou maus -, conseguimos deturpar tudo que é puro a um nível de desvalorização enorme. Agarramos o pecado e nos lambuzamos com ele. E depois, adivinha? A auto-decepção, a depressão em vista dos valores perdidos, a dor de não ter controle das próprias ações, a constatação da pior revelação da vida: somos fracos e dignos de decepção.

Entenda uma coisa. A auto-decepção não vai abandoná-lo. Corre atrás, e apenas pode ser minimizada, uma vez que entregamo-nos de verdade a Cristo, crendo na Sua remissão, na redenção dos pecados. Ou seja, quando de fato formos livres. Que sejamos livres, ainda mais da decepção, que essa, sim, mata.

domingo, 3 de junho de 2012

Da minha janela

Da minha janela vejo muitas coisas. Pra ser sincero, não via há muito tempo. Quando estamos vendados, nada à frente parece brilhar. E por muito tempo me senti assim, vendado. Como se um tapa-olhos estivesse diante de mim; talvez numa melhor alusão, por muito tempo me senti como se uma viseira equina tapasse qualquer visão ao derredor. E nesses momentos, a única coisa possível e passível de ser feita é olhar para frente, não mais vislumbrar determinadas cores, enxergar tons de sépia e escala de cinza, misturados em um preto-e-branco sem graça, tirando a alegria e beleza da vida. E nesses momentos, é essencial refreá-la. Remover a viseira e olhar em volta, vislumbrar as cores, reaprender a enxergar e visualizar além dos pequenos graus de liberdade que anteriormente nos eram permissos. Resumindo, necessário é abrir a janela. E eu fiz isso hoje. Havia decidido fechar a veneziana desta que ao meu lado está. Mas, ao abrir os vidros para poder puxar os retos de madeira e cerrar qualquer interferência externa, por um instante me permiti admirar a paisagem que ali estava. À esquerda, um esquecido coqueiro antigo, o qual carrego em memória há muitos anos; à direita, a paisagem iluminada pelos lumiares de uma cidade vizinha; e, por fim, acima, um céu maravilhosamente desenhado com nuvens deixadas para trás no findar de alguns dias chuvosos e um tom azulado que apenas a natureza tem capacidade de conceber. Foi especial e essencial abrir a janela. Pude relembrar motivos que me fizeram sorrir e que ainda o podem fazer. 

domingo, 27 de maio de 2012

Deus escreve reto por linhas tortas?

Alguns dizem: "Deus escreve reto por linhas tortas". Outros dizem: "Deus não escreve reto por linhas tortas, mas sempre escreve reto". Não sei qual delas é a correta, mas me inclino mais à primeira afirmação; não no sentido de que Deus escreva linhas tortas, ou deixe a matemática de lado e use Seus artifícios divinos para criar tais retilíneas através de parábolas, senoides, exponenciais e outras "tortisses" que conhecemos. No entanto, observe a figura ao lado. Várias linhas tortas, certo? Errado! São algumas linhas retas, paralelas entre si. O efeito de inclinação é passado ao nosso cérebro por aquelas demais linhas intermediárias, que cruzam as paralelas. E eu vejo o livro de Deus, a história das nossas vidas, como linhas tortas, que no fim são apenas uma ilusão de ótica e se mostram ser, na realidade, linhas retas, paralelas entre si. E digo isso, pois a minha vida tem sido um escrito de linhas tortas. Deus pode me virar aqui, ali. Às vezes quebra meu teto de vidro e tira meu chão. Nulo fico, numa imensidão sem par, desprovido de qualquer alicerce. E nesse instante de "tortisse", Deus vem e mostra a Sua misericórdia, Seu poder, Seu amor. Ele remove as linhas intermediárias que nos mostram a história como torta e vislumbramos maravilhosas linhas retas e paralelas, todas funcionando a nosso favor, todas escrevendo nossa história. 

As crianças possuem uma característica na caligrafia. Poucas conseguem manter a linearidade em uma frase completa, quando escrevendo sobre folhas brancas. As linhas ficam tortas, mas pensam escrever retamente. No fim do texto, constatam que ficou uma bagunça; palavras pra cima, outras pra baixo, a mescla foi feita. Mas não importa, o texto foi escrito. Essa é outra abordagem sobre Deus. Quando achamos que Ele está escrevendo mal nossa história, é aí que nos surpreendemos com a riqueza com que Ele "laboreou" nossa história. E o mais incrível nesse contexto todo, é o cuidado dEle. Embora as pessoas tenham saído e entrado das nossas vidas, o amor se foi, a paz se foi, a luta veio, o consolo chegou, o escritor continuou e continua o mesmo. E como todos sabemos, na escrita de um livro, o escritor é o último a abandonar o tema, a obra; o fim só acontece quando o ponto final é desenhado.

sábado, 26 de maio de 2012

Um mundo dividido

Não habitamos um planeta completo. Moramos em uma parte do planeta Terra, a parte A. Existe a parte B, esquecida e deixada de lado. Na parte A, a ciência é dominante, o ser humano alcançou objetivos incríveis, assegura-se do próprio conforto e trabalha para a cada dia buscá-lo mais. Nesta parte A, habitamos eu e você. Seres medíocres. E sabe por que medíocres? Pois nos preocupamos apenas com o nosso ego, nossa vida, nosso conforto, nosso futuro. E a parte B é esquecida, afastada, rejeitada. O pior é que muitos usam pessoas da parte B para massagear seus próprios egos - e já falei sobre isso anteriormente. Colocam suas fotos na Internet, publicam mensagens de amor no Facebook, e acham que isso tá bom, é suficiente. Não, não é! O que eu faço não é suficiente! Nem sei se dessa forma Deus vai me aceitar no Dia do Juízo! Sabe por quê? Porque eu não me preocupo com eles! Nunca peguei um avião para ir até lá e olhar pros olhos deles, sofredores, e chorar junto deles. Nunca servi alimento aos pobres e não sei se um dia vou ter a coragem de passar um tempo justo com eles, mesmo aqui na parte A.

Lamentável constatação.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Musa da CPI?

Quando eu digo que o Brasil é um país xulo - para não dizer termos pesados -, alguns ficam brabos comigo. Pode ser que os outros países sejam iguais, ou mesmo piores. Quem vê de fora, vê diferente. No caso do Brazil (com Z!), carnaval, calor e mulher pelada. E nós, olhando para os demais, geralmente enxergamos maravilhosas administrações e felicidade nos "cantos" do planeta. Voltando ao tema... Essa foto da "maravilhosa" Andressa Mendonça foi publicada no seríssimo site G1 (www.g1.com.br), o qual a define como "Musa da CPI". Adivinhem! Quem é ela? Tchan, tchan! Certo, acertou mais uma vez... Esposa do tal do Carlinhos Cachoeira! Dá pra acreditar no nível de um veículo jornalístico do porte do G1 ao publicar tal absurdo?!?!?!?! (não costumo usar mais de um ponto de interrogação). Não, não dá! Mensurar é difícil, pois são poucos os instrumentos que chegam a fundos de escala tão pequenos! O mais estarrecedor e, diga-se de passagem, triste, para pessoas sensatas, que possuem qualquer nível de bom senso em suas cacholas, foi o texto na matéria completa: "Em rápida conversa com o Blog, a mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, estava em sintonia com o marido. Durante a sessão da CPI, ela disse que evitaria fazer comentários. Sentada na última fileira do plenário, Andressa chamou atenção dos parlamentares e recebeu o apelido de 'Musa da CPI.'". Como é? "Andressa chamou atenção dos parlamentares"?! Uau! Chegamos ao ápice da imbecilidade humana. Neste exato momento, sinto-me um palhaço circense dos mais idiotinhas. Quanta falta de respeito! Quer dizer... em uma CPI, onde teoricamente estão pessoas cultas, importantes, parlamentares de respeito, de modo a julgar uma causa séria, a fim de trazer qualquer senso de justiça à população brasileira, o destaque é a mulher do acusado?! É ela que é a "musa da CPI"?! Choro por dentro ao ler isso e ter de escrever a respeito. É lamentável saber que em um país podre como o nosso, veículos de imprensa, cujo objetivo e função deveriam ser o de agir como críticos, formadores de opinião, "esquerda" do governo vigente, findam por ser manipulados e manipularem seus espectadores, como a míseros e irracionais animais. A verdadeira "musa da CPI" a atrair a atenção destes parlamentares deveria ser a causa que o brasileiro tanto busca há mais de 500 anos: a justiça que muitos de nós nunca iremos ver, que jamais intitularemos de bela.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Ao mais que amigo


Você já deve ter lido diversas vezes a respeito de dar valor às coisas que você tem, enquanto AINDA as tem. É até meio entediante certas vezes ler a respeito, pois é típico daqueles SLIDES de Power Point que se recebe todo o dia na caixa de e-mails. Sabemos que certas vezes isso é uma hipocrisia, pois quase ninguém consegue dar valor ao que tem até que perca aquilo. Não digo que não existe quem consiga tal façanha. Há pessoas que dão muito valor ao que tem, às pessoas que estão a sua volta. Porém é complicado. Digo por mim mesmo. Eu já perdi muito na minha vida, e não conseguia dar o devido valor àquelas pessoas, coisas, etc. Até agora.

Depois de tanto levar nas "paleta", aprendi a dar o devido valor às coisas. Talvez não o melhor valor, a melhor expressão de amor, a maior dedicação, a mais bela declaração de amor, mas aquela que está dentro do meu coração, no profundo da sinceridade. Essa é a que quero dar a partir de hoje. E quero compartilhar isso com você! Tome uma atitude na sua vida! Procure dar valor àqueles que estão ao seu redor. Sabe aquele cara do colégio que insiste em te incomodar, mas depois vem todo dodói te "bajulando"? Esse cara não merece seu valor. Ele merece, sim, seu perdão, mas não é uma pessoa que merece ser seu amigo. Deixe-o de lado, não vá atrás. Dê valor àqueles que talvez não estão ao seu lado em tempo integral, mas que você sabe que quando precisar, ele estará lá. Não se deixe levar pelas aparências. A amizade não se consolida da noite para o dia. Demora! É um processo. O amor não flui de um dia para o outro. Flui aos poucos, conforme você vai conhecendo a pessoa, seus defeitos, suas qualidades, suas manias. Essa é a maneira de amar uma pessoa, de dar valor à ela. Até mesmo estava conversando com um amigo meu esses dias. Ele me contava que descobrira os verdadeiros amigos. Citou-me alguns e eram poucos. Talvez uns quatro, no máximo cinco. Me contou também que alguns "amigos" continuamente perturbam-no, ofendendo-o de certo modo que o magoou. O que eu disse a ele foi apenas que aqueles não são os verdadeiros amigos. Eles não merecem a amizade de alguém bom. Não merecem o valor devido. Não merecem.

No momento da perda é que vemos o quão importantes as pessoas são para nós. Não deixe de abraçar a pessoa que você ama. Não deixe de dizer que a ama. Você é menino e ela é menina? DEIXA DE BOBAGEM, GURI. Diz pra ela que você a ama. É sua amiga, não perca tempo, não perca a oportunidade. Não deixe de dizer que a ama agora, para não sentir remorso depois. Quando aquela pessoa estiver longe você vai ter apenas a lembrança dela e vice-versa. Fale! Não quer falar? Demonstre. De alguma maneira diferente, bela, interessante. É através deste texto que despeço-me de um grande amigo. Um irmão mais velho. Alguém que tem um coração lindo e puro. Alguém que merece o meu valor. Que merecia muito mais. Antes, com a proximidade, não dei o verdadeiro valor que aquele amigo merecia. Agora, com a distância, acordei. Antes que ele vá embora de vez, tentarei demonstrar o quão importante ele é para mim. Cara, tenho uma coisa só a dizer: te amo. Ame, caro leitor. Diga. Faça. Deixe de palhaçada e viva. Mostre. E seja feliz.

Texto publicado dia 8 de Julho de 2007, domingo, em http://comemipiace2.blogspot.com.br

Naquela época...


Você já acordou com uma sensação estranha? Estranha no bom sentido. Aquele dia que parece que tudo está diferente, ou então, que tudo está como você sempre quis que estivesse? Hoje acordei assim. O meu coração tem várias gavetas. Numa delas, fechada por chaves e códigos, está guardada a minha infância. Queria tanto voltar para lá. Não estou reclamando do hoje, mas acho que naquela época muita coisa era mais legal, as pessoas eram mais legais, as brincadeiras eram melhores, etc. Incrível isso. Tenho convicção de que era pela minha ingenuidade. Quando somos ingênuos e inocentes, tudo parece bom para nós. Lembro-me de quando passava horas no escritório onde meu pai trabalhava, brincando com ele no computador. E era MS-DOS! Nós ficávamos imprimindo uns desenhos de um programa que estava instalado lá. Éramos felizes, e isso me faz tanta falta... Sinto falta daquele amor, daquela inocência, daquele descompromisso com as coisas. Vejo que a vida não é fácil! Vejo agora que ser "gente grande" é difícil. As responsabilidades aumentam, as coisas dificultam, a vida impõe pressão, e sempre procuramos um escape! Seja ao ficar horas na frente dessa tela imunda, o computador, seja ao nos trancarmos em um quarto para ler e esvaziar nossas reservas de lágrimas, seja ao ouvir música durante o dia todo... tudo para fugir da realidade. E será que essa realidade é aquilo que queremos mesmo? Eu penso seguidamente e muito seriamente se tudo o que eu faço vale a pena. Me refiro a ficar estudando e estudando, a perder a cabeça com bobagens, a ficar nervoso com meu irmão quando ele pega algo que é meu, a ficar alegre quando consigo ir bem numa prova. Será que isso é felicidade?

"Quero ser feliz, não quero ser Phd!", me contou um amigo. Estávamos conversando a respeito da faculdade, e ele me contava, até meio abatido, o quão difícil era trabalhar com seu professor Phd, que viajava todos os dias e não tinha tempo para a família. É aí que eu penso: "Será que vale, mesmo?". Será que ficar na internet vale mais do que um abraço ou uma conversa com uma pessoa amada? Será que perder tempo nas tecnologias é mais importante do que um bate-papo legal com aquela turma? Esses dias mesmo, um amigo me ligou pra tratarmos de negócios. Fazia cerca de um ano que não conversávamos mais. Fomos colegas no ensino médio, isso há dois anos. Conversar com ele fez brotar uma saudade dentro de mim. Saudades de lidar com pessoas que amo, de viver situações que amo. Naquela época em que ouvir Mamonas Assassinas, sem entender uma sequer das maliciosas letras, era diversão, na época em que a internet era privilégio de poucos e as pessoas se importavam somente com o sólido e não com o virtual, naquela época em que ainda se conversava e não teclava, naquela época...

Texto publicado dia 5 de Julho de 2007, quinta-feira, em http://comemipiace2.blogspot.com.br

Pra refletir...

Inicio hoje uma sessão de reativação. Republicando meus melhores textos antigos de um outro blog, uma visão de um tempo que passou.

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Dia 14 de Fevereiro de 2007 um incidente estava pronto pra acontecer. A viagem de volta era marcada para a terça-feira, dia 13. Entre umas e outras, foi decidido ficar na praia pra aproveitar mais. O problema já estava se armando. Dessa maneira, foi devolvida a passagem de volta e então foi aproveitado mais um dia no mar. Na quarta, dia 14, a tentativa seria consumada. Entre brincadeiras e outras, decidiram entrar no mar o mais velho, seu irmão, e seu primo mais novo. Depois de um tempo, isso já perto das 19h30min, o primo mais velho, depois de tanta insistência, decidiu entrar para aproveitar o último dia de férias, que poderia ser o último dia da vida de alguns. Entre uma onda e outra, maré alta e muito violento o vento, o mar puxa um deles pra dentro. Esperando alguma onda levá-lo pra fora, o rapaz entra em desespero quando vê seu irmão mais novo vir em sua direção. Exclama: "Fica!". A resposta, no entanto, triste, veio: "Não consigo!". O primo aquele que decidiu entrar após a insistência, sabendo nadar e sendo comprido em altura, foi ajudá-los após os gritos de socorros. Estava consumado o caos. O desespero tomou conta dos três, que começaram a orar e a pedir ajuda de Deus. Clamaram por Jesus, pedindo auxílio naquele momento de angústia, onde o irmão novo estava desesperado e quase asfixiava o primo, agarrado em seu pescoço. Nesse tempo, já próximo das 20h, o socorro vem em forma de dois salva-vidas, pessoas abençoadas e revestidas da capacidade de ajudar os outros. Nadando até a beira, foi possível salvá-los. O desespero acabara. Foi o fim de uns minutos de estado entre vida e morte. Minutos que mostraram que a vida pode se perder na fração de um segundo, que a vida é demais para deixá-la ser levada pelas ondas do mar. Após isso, entre uma conversa e outra com o salva-vidas, descobre-se que ele estava de saída e que mais alguns poucos minutos, ninguém por perto poderia socorrer os indefesos. O mar daquela praia já tinha levado 2 na temporada de verão do ano. De uma maneira semelhante. Por isso que até hoje nós (Eu, Didi, Pedro) agradecemos a Deus pela salvação naquele dia, pois se não fosse SUA mão, hoje eu não poderia estar lhe contando essa história.

Texto publicado dia 4 de Maio de 2007, sexta-feira, em http://comemipiace2.blogspot.com.br/2007/05/pra-refletir.html

Insônia


A insônia é braba. Só quem já passou por ela sabe como funciona. Um sono extremo das 13h às 23h. Daí em diante ele se esvai e evapora mais rapidamente que alguns gramas de água em fogo ardente. Inimiga mortal dos trabalhadores, amiga dos leitores. Incrível que apenas quem já passou por ela, sabe realmente o que é viver a mil! Aqueles minutos/horas deitado levam você a todo e qualquer tipo de extremo. Coceiras em locais inimagináveis, dores que nunca apareceram, lembranças de tudo o que você tem de fazer na semana e em todo o mês, programado, com horário e toda a ansiedade que isto traz; interessante que na hora do compromisso, você esquece. Voltando às coceiras. Que coisa chata! Por que tudo coça? O pior é que se não temos auxílio humano ou artifício material - eu tenho uma mãozinha bala! -, é necessário levantar da cama, ir até aquela quina de porta ou parede, erguer a camiseta (ou não), e mandar ver naquele esfrega esfrega desenfreado até exterminar com ela, sua coceirinha sem-vergonha. E quem aguenta? Eu não.

Mas e o dia seguinte? Ahhhh... Cá estou eu, no meu computador, com a cabeça prestes a explodir, tendo de me concentrar em diversas atividades para este dia. E adivinha? Dormi mal! Mas nem de todo mal vivem os (in)sonolentos. Geralmente ela vem em decorrência de algo: preocupação, café, má alimentação, entre outros. No caso da preocupação, a insônia se dá como um sintoma importante. É durante aqueles minutos/horas, que descobrimos algumas das nossas maiores ansiedades e problemas. Às vezes à luz do stand-by, debaixo dos edredons da vida, encontramos respostas às nossas maiores angústias. E não finda ali. No dia seguinte, acordamos resolvidos ou então mais mal resolvidos! Contudo, é bom saber o foco, o estopim dessas crises de ânsia e ocupação prévia. 

É, a insônia me pegou. Mas lá vou eu, encarar mais um dia de labuta e estudos. Que Deus esteja conosco!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Sensação de abandono


Sensação de abandono verdadeira. Sei que poucos lêem essa "bagaça". Talvez ninguém leia. Mas gostaria que todos aqueles interessados, ou seja, os "alvos" deste texto, lessem estas palavras vagas que vos deixo. Vagas, pois poderia descrever muito melhor o que sinto, mas não sou poeta e não consigo expressar em todas as letras os sentimentos que aqui se passam. Se bem que duvido que poetas o façam perfeitamente. 

Os dias têm sido estranhos. Insertos na minha vida, passam-se alguns dias de felicidade e alegria. Depois, a constância termina e a vida rotineira toma as rédeas. É uma dura realidade, mas se mostra forte nas entrelinhas desta vida. Mas, sabe de uma coisa? Cansei de chorar. Este é o choro final, assim espero. A sensação de abandono que tenho em meu coração é causada por mim mesmo. Eu devo ser o falho e errôneo nesta história, a minha. Será que vos afasto de mim, o que fiz para tal? Sou um monstro que os lança para longe, na minha imensa soberba egoísta e invejosa? É difícil saber...

Acontece que vocês, a quem dirijo meu texto, parece que me abandonaram. E não me refiro apenas aos que se foram de corpo e alma, mas aos que por vezes lançaram mão de palavras torpes e enganadoras, tomando atitudes de desdém para com minha pessoa. É dolorido, sabia? Quando enxergamos alguém que amamos se afastar, dói. Buscamos, corremos, vamos atrás. No fim, parece que foi tudo vão e, na dor, riem com seus novos colegas. 

É difícil descrever a sensação. O sentimento é muito mais que expresso em palavras. "Te amo" é apenas parte do processo, o resto é interno. E eu amo, ou talvez amava, muitas dessas pessoas. Mas me parece que não foi recíproco. Talvez esteja passando por um período de aprendizado. Mas lhes digo: não venham novamente. Espero estar pronto suficientemente para dizer-lhes na cara: agora não! Não quero mais. Seu tempo passou. Perdôo-lhe, amo-lhe talvez, mas a época passou; valorize quando lhes é digno de ser.

Este texto mais parece uma poesia de um triste proseador. Mas no fim é o que permanece. Digo que as pessoas que me fazem feliz findaram por permanecer e, graças a elas, hoje mantenho-me em pé. Obrigado a elas - sabem quem são ao ler. Obrigado Jesus.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Amizade

Devo ter escrito sobre amizade umas várias vezes. Sei que escrevi incessantemente da falta que amigos fazem na nossa vida. Enfatizei, na esperança de que alguns deles lessem e, quem sabe, pudessem voltar-se para mim a fim de dar um abraço, passar um tempo juntos. Mas não. Isso não aconteceu. Na realidade, a amizade é algo estranho. Enquanto viva, parece sem fim; quando no auge de seu "amor", irredutível. Só que essa não é a realidade. A realidade é que os amigos nos abandonam. E eu afirmava com todas as letras que verdadeiros amigos não abandonam NUNCA. Se abandonou, nunca foi amigo. Se eu pensar dessa forma hoje, devo concluir que nunca, então, tive amigos verdadeiros. Mas sei que os tive. E quando eram meus amigos, era bom. Não digo que hoje se nos encontrarmos, não iremos nos abraçar e lamentar a falta um do outro, mas a "paixão" terminou! E apareceram outros, que não substituem seus lugares, mas ajudam a completar. Só que esses outros também vão embora, e a vida continua. Devo aprender a me acostumar com mudanças - das quais sou fraco em aceitar, admito. Mudanças para mim são quase uma tortura, nesses aspectos. Porém não tenho muito a fazer. O que reside, às vezes, ainda é a dor de sentir aquele abandono, um escanteamento estranho. Quando você lembra de alguém que amava fortemente, e em seguida essa pessoa lhe colocou de canto, sem dó. Você se sente completamente substituível. Acabou seu encanto, acabou sua vez! Outros entram em seu lugar, e parece que os sorrisos não mudam. Mas vou lhes dizer uma coisa: para mim muda! Quando meus amigos se vão, os sorrisos mudam, sim. Eu entristeço com a falta deles. Não aceito de modo fácil e não aceitarei. O fim é que devo me conformar com uma vida dessas, o que findou por me tornar alguém que não deposita ampla confiança em novas amizades. Sempre há um pé atrás, pois cedo ou tarde poderão fazer o mesmo que outros, e o ciclo se repete. Dou graças a Deus por ter uma família que me ama. E além disso, agradeço a Ele por poder depositar minha confiança apenas nEle. 

quinta-feira, 8 de março de 2012

O Estado é laico, não anticristão

A militância anticristã está em festa. Solta foguetes nas redes sociais. O Tribunal de Justiça gaúcho, acatando pedido da Liga Brasileira de Lésbicas, mandou retirar crucifixos dos seus prédios. A decisão busca justificativa na laicidade do Estado. Todavia, estamos diante de um fenômeno cada vez mais recorrente: a cristofobia ou a crucifixofobia.

Senão, por que tanta implicância com a imagem do Cristo crucificado? Por que incomoda a ponto de virar prioridade do Tribunal? Que inibição pode causar sobre aqueles senhores da lei? E sobre as partes?

Transformar a retirada de crucifixos em uma causa existencial é típico preconceito disfarçado de pluralidade. Tendências semelhantes estiveram na gênese dos regimes mais abomináveis que existiram. Quando essa porteira se abre, por ela passam muitas outras medidas inibidoras da riqueza religiosa – histórica e cultural – da população, sempre com um disfarce bem costurado ao politicamente correto.

É a mesma vertente que quer restringir o exercício da fé apenas e tão somente ao interior dos templos, bem escondido – como se fosse uma debilidade mental perniciosa à “sociedade racional”.

Exatamente porque o Estado é laico, que os crucifixos não deveriam ser retirados. Porque laicidade significa respeitar a livre fruição religiosa. Note-se que há uma carga de ativa negação na decisão dos magistrados, algo que gera clara mensagem pública.

Ora, os crucifixos já estão ali, por decorrência histórica e social, sem que uma lei obrigasse a isso. Não há ofensa, inibição ou ferimento da crença alheia. Agora, porém, com esse ativismo destrutivo, o Estado manda derrubá-los – e, aí sim, fere a Constituição e desrespeita o Cristo, em símbolo, no qual 90% da população brasileira tem fé.

É um precedente para o perigoso dirigismo estatal sobre as manifestações religiosas do povo. Ao deus-Estado se delega o direito de decidir, até mesmo, sobre o que, onde e como exercer a religião.

O Estado é laico, não anticristão, não ateu. Ou também vão mandar derrubar a deusa Themis do Palácio da Justiça? E não devemos mais ceder ruas e praças para procissões de Nossa Senhora ou Iemanjá? E as esquinas devem ser proibidas ao candomblé? Como chamaremos Santa Cruz e Santa Maria? E o que farão com os crucifixos retirados: serão colocados no lixo ou incinerados?

No lugar de Cristo, eis que agora as paredes da Justiça gaúcha terão um branco, um vazio. Não é possível disfarçar o que está evidente: isso não é laicidade, é ateísmo anticristão mesmo – uma ditadura cultural que avança a passos largos em nossos dias. Já levava consigo uma montoeira de inocentes úteis. Agora seduz também doutores bem formados.

*Cleber Benvegnú é advogado e jornalista.
Artigo publicado na edição impressa do jornal Zero Hora de hoje, página 15.

Nota: Acredito que o texto redigido por Benvegnú tem uma essência de realidade e outra de abstração. Por um lado, concordo com o fato de que a laicidade do Estado, ou seja, o secularismo do mesmo, não atrelado a qualquer manifestação religiosa, não determina o uso ou não de crucifixos nos locais de ordem pública. Concordo com as entrelinhas de imparcialidade denunciadas pelo autor, uma vez que temos uma enorme estátua de Nossa Senhora na entrada de Farroupilha, em um ambiente público, estatal, praticamente declarando serem todos seus habitantes seguidores da religião que reverencia esse tipo de manifestação. Entretanto, devo concordar também que ao Estado é delegado o direito de decidir onde exercer a religião, isto é, se seus atuantes concordam com tal prática, tudo bem. Por outro lado, tornando ao assunto da santa, entramos na abstração. Parece-me muito bonito permitir a manifestação religiosa onde quer que seja, inclusive em locais públicos como é o caso do texto, contudo devo admitir que me sinto um pouco incomodado com a estátua de Nossa Senhora e com tantas outras semelhantes. Não que seja contra a crença dos Católicos e seguidores fiéis, mas se o Estado é laico como deveria ser, tais práticas deveriam ser abolidas em sua totalidade, sem parcialidade. Se um grupo de lésbicas ou LGBT, que seja, tem poder de retirar uma cruz, quanto mais laico deveria ser o Estado em admitir estar interferindo, mesmo sem querer, na crença das demais religiões. Se, por exemplo, na entrada de Bento Gonçalves houvesse uma estátua de Buda gigante, duvido que a comunidade cristã (católicos e protestantes) não se manifestaria. Eu mesmo ficaria indignado. Porém, sem parcialidades, a Lei se aplica a ambos os casos. Ou retiramos os crucifixos, estátuas, e demais manifestações religiosas dos ambientes públicos, ou calamo-nos e seguimos com nossa crença em silêncio, aceitando uma parcialidade comum que o Estado brasileiro e, quiçá, mundial, nos impõe. 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Uma família


Uma grande família! Eu tenho uma. Desajeitados, engraçados, tímidos, gordos, magros, gritalhões, brigões, pacíficos, velhos, novos. Todos esses tipos eu conheço: tenho todos na minha grande família! Não é uma perfeita família, mas é uma unida família. Não deve ser a melhor do mundo, mas é a minha melhor família. É uma família que é grande, exatamente por não criar barreiras entre parentescos. Quero dizer que o primo não deixa de falar com o tio, o irmão não deixa de conversar com a irmã, a cunhada é muito amiga da tia, e assim por diante. Não digo que não haja discórdias; há, e muitas! Mas se convive na discórdia, e a isso chamo amor. É uma família simples, de pessoas normais, imperfeitas, cheias de defeitos, mas que se gostam e estimam. Não é uma família que se reúne apenas em festas devidas ao sobrenome, ou em casamentos, ou mesmo em velórios - grande razão da reunião de muita parentada. Não é só nos momentos bons, nem apenas nos ruins. É sempre. Sempre que dá, a família está unida. Uma frequência incomum, um amor incomum. Chegam a nos questionar e indagar, "sua família é muito unida! Difícil ver algo semelhante". Volto a dizer, as discórdias existem, as brigas e confusões também. Mas ninguém tá de mal com o outro, e gostamos do jeito "murrinha", ou "metido", ou "tímido", ou "pacifista" de todos. É nessa mistura de características, que nos damos bem. É claro que não poderíamos morar juntos durante longos períodos, afinal casamento é um só e me parece que já é difícil conviver com uma pessoa diferente, quanto mais muitas outras! Mas a família é isso, é apoio e suporte nos momentos certos e errados, não um matrimônio. É motivo de alegria aos finais de semana e deliciosos almoços e jantares caprichados pelos cozinheiros e cozinheiras oficiais. São aqueles domingos de aniversários onde fazemos de tudo para estar presentes. É durante aquela enfermidade, em que investimos alguns de nossos poucos trocados para estar próximo, e usamos o nosso tempo para ser um anjo auxiliador, na vontade de poder doar um pedaço nosso. É naquelas noites frias de Julho, onde viramos as noites assistindo filmes e dando risadas. Uma família que acima de tudo entrega a Deus seu alimento e suas posses, na ciência de não ter nada além disso; uma família que proporciona incríveis momentos que não podem ser apagados.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

And now my lifesong sings

I once was blind, but now I see.

É o início de uma canção que estou escutando. A letra diz algo muito interessante, "uma vez eu era cego, mas agora eu vejo". Só que estava pensando aqui, com meus botões, que essa frase tem muito a dizer, além do que pensamos. Se outrora eu era cego, agora vejo, significa que percebo, enxergo e consigo sensibilizar a respeito do que está diante de mim. Antes, eu não percebia, não podia encarar o que estava defronte. É interessante esse pensamento, de vários pontos de vista. O compositor possivelmente se referia ao pecado ou a uma questão física, do olho humano, de fato, sendo curado pelo poder de Deus. Mas, posso interpretar de uma forma um pouco diferente. Pensando aqui, cheguei à conclusão de que em muitas, muitas, muitas situações da minha vida, estive cego. Achei que enxergava nitidamente, as letras eram visíveis, a situação, muito simples; entretanto, depois de encarar a circunstância de frente, a verdade surgia, vinha à tona. E aí, novamente com meus botões, dizia: "Estava cego, mas agora eu vejo". É tão fácil enxergarmos um único ponto de vista, o nosso, passado pelo crivo da nossa vontade momentânea, que esquecemos que a moeda possui duas faces. Do ponto de vista do Sol, a Terra é apenas mais uma esfera girante; por Gagarin, é azul; para nós, habitantes terrenos, ela é infinita, enorme, não gira e está em batalha interna contra a nossa raça. E aí reside a questão toda! Antes estava cego, agora eu enxergo, eu vejo! Os momentos mais difíceis da vida, são aqueles em que somos confrontados com a nossa própria causa! Nos damos conta da nossa fragilidade e maldade, e o mundo desaba ao nosso redor. O pecado que domina, o casamento que termina, a escolha errada. Sim, estávamos cegos e não sabíamos. Plantamos milho, esperando colher trigo; rosas, aguardando belos campos de lírios. Mas não é assim. Se a vida fosse tão simples, a matemática teria o poder - e digo, o dever - de explicá-la. Para tudo ela tem, mas para a vida, não. Podemos equacionar um evento físico, como a explosão de uma estrela, mas não chegamos perto de suspeitar quais variáveis e constantes usaríamos em um "sim" dado no altar de uma igreja, no momento do casamento. Temos a capacidade de entender as moléculas e células que compõem o corpo humano, mas jamais conseguiríamos equacionar o amor, defini-lo, ou mesmo arriscar qualquer palpite. Parafraseando Von-Neumann, quem acha a matemática difícil, é porque ainda não entendeu o quão complicada é a vida. E antes eramos cegos, porém agora enxergamos. E quem nos faz enxergar? Como é possível ver? O que devemos ver?! Seu nome é Jesus. Ele é aquele que nos faz enxergar a podridão dos nossos corações, a maldade que em nós dorme todos os dias, e quando alimentada, cresce e por vezes desperta com um tremendo mau-humor, uma ira indescritível. Aquelas vezes que xingamos a pessoa amada, as palavras más ditas aos pais, ao irmão. Somos imperfeitos! Mas Ele, o único que pode e tem capacidade para tal, nos ajudou a ver, nos tirou a dor, nos deu a paz, a alegria, nos ajuda a levantar. Ele nos tira da água quando estamos prestes a morrer afogados. Antes eu era cego, agora eu enxergo, posso ver o pecado que em mim reside, posso olhar pra trás e dizer que não via. Hoje eu vejo. E quanto mais vejo, mais sei que tenho horizontes diante de mim, frontes a vislumbrar. Que Deus nos ajude, nos perdoe, pois em quase todas as nossas decisões e escolhas, estamos cegos. Que Ele possa cuidar dos nossos corações e nos dar a visão que precisamos, para que nossas escolhas não destruam a nossa vida e também a dos outros, principalmente dos que amamos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Amizade

Escrever sobre amizade nem sempre é algo fácil. Ainda mais quando estamos em fases conturbadas, em que as amizades não parecem ajudar a segurar o tranco. Afinal, alguém sabe, neste universo infinito de átomos e dualidades, o que é a amizade de fato? Eu não tenho mais tanta certeza se sei. Vou arriscar alguns palpites.

Amizade é a união de duas pessoas em prol de um bem recíproco, sem esperar receber algo em troca. Enfim, é a máscara que o amor usa quando não se quer deixar apaixonar. Talvez seja estranho definir dessa forma, mas pode ser que eu esteja certo. De qualquer modo, a amizade é uma relação entre duas pessoas, onde há reciprocidade, compreensão, amor, fraternidade. É quase como dois irmãos de mães diferentes, embora piegas.  Porém, com o passar dos anos, a troca de amigos e as circunstâncias da vida findam por mudar alguns conceitos e embaralhar nossa mente nesse meio. Onde estão os amigos agora?!

Tive bons amigos na minha vida. Ainda tenho ótimos amigos. Mas alguns dos importantes se foram, e aquela amizade que parecia inacabável, terminou. Aquela "paixão" entre os amigos teve um fim. E a sensação é de substituição; sim, nos sentimos substituídos. O amigo que não lhe ligou mais, esqueceu-se de você e de seus problemas - aqueles que antes eram compartilhados com ele -, deixou-lhe de lado para agregar novas amizades, enfim... são muitas as circunstâncias. E nesses momentos, a gente sente. E sente muito. Pois diversas amizades antigas, pessoas com quem você realmente se importa, hoje não lhe dão mais sequer minutos do seu tempo. Trocaram a amizade por outra, ou por coisas supérfluas, levianas.

Enfim, tenho tido pouquíssima inspiração pra escrever. É como se as águas da minha mente tivessem cessado de jorrar; estou numa época de estiagem intelectual, talvez. Espero que volte logo a publicar coisas legais, se é que outrora publicava "coisas legais". De qualquer modo, um recado aos amigos dos amigos: seja amigo, não abandone, pois a pessoa abandonada pode estar passando pela pior fase da sua vida, e você tem o compromisso de segurar a sua mão.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Recriando uma sociedade

"Cala a boca! Seu filho da pu*a! Vai se fo*er!". Fortes expressões? Talvez não. Não há nada de errado com elas. Afinal, quem nunca falou palavrão na vida?! Palavrão é coisa normal, quem tem boca, fala. Eu posso xingar qualquer um, mandá-lo se fo*er, chamá-lo de filho da pu*a, e isso é normal! Algo de mais, por quê? Eu não vejo, sinceramente, isso como errado. Eu sou feliz, não sou?! Se sou feliz assim, por que não posso falar? Além disso, quer saber de uma coisa?! Eu protesto, também. Quando estou em casa, entro no Facebook e injeto minha inteligência em frases que atacam os políticos. Ai, esses políticos, se tivessem algum valor na sua vida. São um bando de filhos da pu*a! Eles roubam nosso dinheiro, cobram altíssimos impostos, são muito anti-éticos, mas pelo menos eu não me calo! Ontem mesmo, tweetei contra a corrupção; foram para os trending topics! Acredito que posso mudar o mundo, sim. Afinal, faço o que eu quero, e protesto como eu quero. Acabei de lembrar que semana passada, tive um grave problema com essa politicagem. Acredita que tentei comprar uma cerveja no bar, e não me deixaram? Depois dizem que existe político bom. Eu não acredito! Eles ficam fazendo essas "leizinhas" pra limitar que o menor de idade não compre bebida alcoólica, por quê?! Eu sou livre! Faço o que eu bem quiser, pois a vida é minha. É claro que quando pediram minha idade, menti, e falei que tinha 18. Até nem precisei usar a identidade falsa que eu bolei no Photoshop. Mas isso não vem ao caso, porque eu consegui e driblei muito bem. Bom, vamos voltar aos palavrões. Como eu ia dizendo... Opa, desculpem, que mer*a! Minha mãe ta me chamando pra jantar, tenho que ir... Depois conversamos, quem sabe... E lembre-se, não seja político! Mãe, já vou...