domingo, 12 de fevereiro de 2012

And now my lifesong sings

I once was blind, but now I see.

É o início de uma canção que estou escutando. A letra diz algo muito interessante, "uma vez eu era cego, mas agora eu vejo". Só que estava pensando aqui, com meus botões, que essa frase tem muito a dizer, além do que pensamos. Se outrora eu era cego, agora vejo, significa que percebo, enxergo e consigo sensibilizar a respeito do que está diante de mim. Antes, eu não percebia, não podia encarar o que estava defronte. É interessante esse pensamento, de vários pontos de vista. O compositor possivelmente se referia ao pecado ou a uma questão física, do olho humano, de fato, sendo curado pelo poder de Deus. Mas, posso interpretar de uma forma um pouco diferente. Pensando aqui, cheguei à conclusão de que em muitas, muitas, muitas situações da minha vida, estive cego. Achei que enxergava nitidamente, as letras eram visíveis, a situação, muito simples; entretanto, depois de encarar a circunstância de frente, a verdade surgia, vinha à tona. E aí, novamente com meus botões, dizia: "Estava cego, mas agora eu vejo". É tão fácil enxergarmos um único ponto de vista, o nosso, passado pelo crivo da nossa vontade momentânea, que esquecemos que a moeda possui duas faces. Do ponto de vista do Sol, a Terra é apenas mais uma esfera girante; por Gagarin, é azul; para nós, habitantes terrenos, ela é infinita, enorme, não gira e está em batalha interna contra a nossa raça. E aí reside a questão toda! Antes estava cego, agora eu enxergo, eu vejo! Os momentos mais difíceis da vida, são aqueles em que somos confrontados com a nossa própria causa! Nos damos conta da nossa fragilidade e maldade, e o mundo desaba ao nosso redor. O pecado que domina, o casamento que termina, a escolha errada. Sim, estávamos cegos e não sabíamos. Plantamos milho, esperando colher trigo; rosas, aguardando belos campos de lírios. Mas não é assim. Se a vida fosse tão simples, a matemática teria o poder - e digo, o dever - de explicá-la. Para tudo ela tem, mas para a vida, não. Podemos equacionar um evento físico, como a explosão de uma estrela, mas não chegamos perto de suspeitar quais variáveis e constantes usaríamos em um "sim" dado no altar de uma igreja, no momento do casamento. Temos a capacidade de entender as moléculas e células que compõem o corpo humano, mas jamais conseguiríamos equacionar o amor, defini-lo, ou mesmo arriscar qualquer palpite. Parafraseando Von-Neumann, quem acha a matemática difícil, é porque ainda não entendeu o quão complicada é a vida. E antes eramos cegos, porém agora enxergamos. E quem nos faz enxergar? Como é possível ver? O que devemos ver?! Seu nome é Jesus. Ele é aquele que nos faz enxergar a podridão dos nossos corações, a maldade que em nós dorme todos os dias, e quando alimentada, cresce e por vezes desperta com um tremendo mau-humor, uma ira indescritível. Aquelas vezes que xingamos a pessoa amada, as palavras más ditas aos pais, ao irmão. Somos imperfeitos! Mas Ele, o único que pode e tem capacidade para tal, nos ajudou a ver, nos tirou a dor, nos deu a paz, a alegria, nos ajuda a levantar. Ele nos tira da água quando estamos prestes a morrer afogados. Antes eu era cego, agora eu enxergo, posso ver o pecado que em mim reside, posso olhar pra trás e dizer que não via. Hoje eu vejo. E quanto mais vejo, mais sei que tenho horizontes diante de mim, frontes a vislumbrar. Que Deus nos ajude, nos perdoe, pois em quase todas as nossas decisões e escolhas, estamos cegos. Que Ele possa cuidar dos nossos corações e nos dar a visão que precisamos, para que nossas escolhas não destruam a nossa vida e também a dos outros, principalmente dos que amamos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Amizade

Escrever sobre amizade nem sempre é algo fácil. Ainda mais quando estamos em fases conturbadas, em que as amizades não parecem ajudar a segurar o tranco. Afinal, alguém sabe, neste universo infinito de átomos e dualidades, o que é a amizade de fato? Eu não tenho mais tanta certeza se sei. Vou arriscar alguns palpites.

Amizade é a união de duas pessoas em prol de um bem recíproco, sem esperar receber algo em troca. Enfim, é a máscara que o amor usa quando não se quer deixar apaixonar. Talvez seja estranho definir dessa forma, mas pode ser que eu esteja certo. De qualquer modo, a amizade é uma relação entre duas pessoas, onde há reciprocidade, compreensão, amor, fraternidade. É quase como dois irmãos de mães diferentes, embora piegas.  Porém, com o passar dos anos, a troca de amigos e as circunstâncias da vida findam por mudar alguns conceitos e embaralhar nossa mente nesse meio. Onde estão os amigos agora?!

Tive bons amigos na minha vida. Ainda tenho ótimos amigos. Mas alguns dos importantes se foram, e aquela amizade que parecia inacabável, terminou. Aquela "paixão" entre os amigos teve um fim. E a sensação é de substituição; sim, nos sentimos substituídos. O amigo que não lhe ligou mais, esqueceu-se de você e de seus problemas - aqueles que antes eram compartilhados com ele -, deixou-lhe de lado para agregar novas amizades, enfim... são muitas as circunstâncias. E nesses momentos, a gente sente. E sente muito. Pois diversas amizades antigas, pessoas com quem você realmente se importa, hoje não lhe dão mais sequer minutos do seu tempo. Trocaram a amizade por outra, ou por coisas supérfluas, levianas.

Enfim, tenho tido pouquíssima inspiração pra escrever. É como se as águas da minha mente tivessem cessado de jorrar; estou numa época de estiagem intelectual, talvez. Espero que volte logo a publicar coisas legais, se é que outrora publicava "coisas legais". De qualquer modo, um recado aos amigos dos amigos: seja amigo, não abandone, pois a pessoa abandonada pode estar passando pela pior fase da sua vida, e você tem o compromisso de segurar a sua mão.