Normal é estar na Internet. Online 24-7. Se você está offline, é quase que desprezado e, com certeza, será julgado por estar longe das "redes sociais". Vivemos num mundo novo, uma nova história, uma revolução na informação. Um mundo que opta por estar perto, mas longe. Uma casa enorme, mas pequena. Um meio de transporte que une, mas afasta. Uma vida sem igual, uma vida normal?
Um mundo em que estar online é bom e satisfatório. Quão longe ficamos dos computadores hoje em dia? Quão offline nos mantemos, e quanto tempo aguentamos sem dar "aquela espiadinha"? Quase um Big Brother, uma saga que não termina, busca, arranca, extrai. Os momentos em que a vida nos domina, mas que vida? Eu fico estarrecido em olhar para a minha hoje e constatar uma realidade triste. Mas mais triste é saber que meu irmão está no quarto ao lado, em pessoa, mesmo que tendo estado distantes 1 ano, ele está com seus amigos online e eu com os meus. Uma realidade, uma vida normal.
Offline já não existe. Desconectar-se ninguém quer. Para quê? A vida é muito melhor assim! Qual o objetivo nisso? Qual a finalidade em se ter tanto, mas tão pouco? Onde está a emoção em uma vida offline, onde não há palcos e murais para compartilhamento, e as pessoas não nos aplaudem ou curtem nossas ações toda a vez que as tomamos? Um mundo offline, uma vida anormal.
Que essa vida não seja apenas uma linearidade online. Que a gente se desvie do caminho e volte a entender que há um mundo que não se conecta, que está ao nosso redor, e que afinal é exatamente o mesmo que buscamos dentro de aparelhos eletrônicos, incessantemente tentando preencher um vazio, algo que nos falta, na incerteza de que um dia seremos cheios, pois buscamos mais e mais, assim como um drogado busca por sua droga. E eu pergunto: uma vida assim é normal?