segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A importância do respeito

O respeito é algo difícil de adquirir. O desrespeito já temos, a partir do momento em que somos diferentes e talvez "inferiores" aos demais. A contrapartida é complicada. Obter o respeito é algo que requer, em inúmeras ocasiões, anos de experiência e uma pitada de auto-confiança. Nem sempre funciona. Uma das grandes virtudes do que deseja respeito é saber respeitar. É a principal, grande e imutável. Sem ela, bá-bau.

Respeitar a autoridade é qualidade de poucos. Baixar a cabeça e submeter-se a alguém é uma tarefa humilhante e honrosa. Uma liderança é e deve ser respeitada, pelo simples fato de ser liderança. Na discordância de ambas as partes, separem-se, mas não se desrespeitem. É o que ocorre com empregados que não desejam dar ouvidos aos patrões mandões, aos subordinados que não aguentam mais a trupe de ódio do chefe.

No entanto, algo é essencial na vida: ter líderes. Sem eles, não temos responsabilidades a que nos submeter e nossas atitudes não são devidas a ninguém. O máximo deles, é claro, é Deus. Devemos submeter toda a nossa atividade e fornecer nosso relatório ao Pai. Nossas atitudes devem ser em acordo com Sua vontade e temos que prestar contas a Ele. Porém, Jesus não deixou as coisas baratas para nós aqui na Terra. Ele deixou claro que deseja que nos submetamos às autoridades, sejam elas boas ou ruins. Quando perdemos a referência nisso, perdemos o rumo.

Quem nunca conheceu aquela pessoa que faz o que quer, age como pode e brinda a vida sem satisfações a ninguém. "A vida é minha e não devo satisfações a ninguém" - a máxima desse tipo. De fato, provavelmente muitas pessoas não devem satisfações: bebem, dirigem embrigadas, brigam, discute, faltam ao trabalho, trabalham, namoram, casam, divorciam-se, e tudo isso sem a ninguém prestar contas. E pior, erguem-se em seus saltos altos e não permitem que um pio seja dado. "Sou mais eu" - a segunda máxima desse tipo.

Pessoas assim geralmente são aquelas que poucos desejam ter por perto. Repreensíveis, não-cautelosas, efusivas, difíceis de conviver e de uma arrogância enojante. Mas não podemos nos deixar enganar. Além destas, evidentemente afetadas pela sua desrespeitosa falta de submissão, há aqueles que são, aparentemente, piedosos, mas possuem uma fera em seu interior.

A fera nem sempre aparece. O monstrinho se mantém quieto e adormecido por um tempo. No trabalho, há uma submissão por educação. Há um respeito, uma cautela. Na Igreja, há pouco menos submissão: se ele disse, tá dito, mas eu não concordo e falo mal. Em casa, o que restava acabou. Deixa eu explicar melhor.

Pessoas assim são aquelas que não possuem referências superiores e não possuem qualquer ímpeto em olhar de baixo para cima. De acordo com a vontade de Deus, o líder da casa é o homem. Em um lar de paz, todos se submeterão e prestarão contas ao homem. E este, por sua vez, amará a todos assim como Cristo amou a igreja. Porém, essa liderança não lhe dá liberdade para pecar e destratar quem quer que seja. Do contrário, o líder também erra e deve prestar contas. A questão é: para quem?

Um líder do lar deve prestar contas, primeiramente, para Deus. Em segundo lugar, é necessário que o líder seja humilde o bastante para prestar contas a uma terceira pessoa. Essa pode ser até mesmo a esposa - chuto nessa questão, pois não sou casado. Vou dar um exemplo e deixar essa confusão mais clara: o marido chega em casa e sua esposa, ocupada, não lhe dá a atenção desejada. O homem se sente rejeitado e, por ser líder, não crê que possa estar errado ou que suas atitudes devem ser questionadas de forma alguma. Por algum motivo, ele começa uma discussão e, por seu ar e posição de liderança, faz todos os da casa se sentirem mal após a discussão. Em resumo: ele sai por cima mesmo estando errado.

Essa posição de liderança é errônea e não permite humildade e harmonia. Se essa posição for mantida, cria-se uma ilha em torno do líder (no caso, o homem), de modo que ele nunca estará errado e seus próximos se desgastarão. Passarão a pisar em ovos e não terão qualquer liberdade em nem mesmo proferir qualquer tipo de piada que possa ser mal interpretada. O caos é instalado.

O líder com o desrespeito silencioso é o mais temido de todos. Por ter aparência positiva e agir positivamente na maior parte do tempo, o líder ou pessoa que assim age incorre num erro fundamental: o orgulho. Se permitirmos que a humildade tome conta do nosso coração, jamais consideraremos nossas atitudes melhores que a dos demais. É difícil. Em inúmeras ocasiões, sou o líder orgulhoso. Essa mudança ocorre quando reconhecemos nosso erro. E, para o líder orgulhoso, por não estar debaixo de qualquer autoridade humana que possa dar-lhe um puxão de orelha, é muito difícil pensar em humilhação e resignação.

Se não tivermos uma autoridade muito bem definida sobre nós, é difícil mantermos a humildade. A partir do ponto em que assumimos a posição de intocável e irrepreensível, morremos. Nunca admitiremos nossas falhas e menos ainda saberemos mudar o erro que está em nós. Ao baixarmos nossa cabeça, respeitarmos a opinião de alguém, teremos vida. Uma mãe, machucada, poderá pedir perdão ao filho, machucado. Um pai, contrariado, saberá humilhar-se diante do filho.

A autoridade importa. Submeter-se, mais ainda. Quando contrariado, nem sempre devemos nos apartar. É claro que se você está sendo mal-tratado por um chefe, líder religioso, familiar, a situação deve ser analisada e, em muitas ocasiões, a separação é necessária (não estou afirmando isso quanto ao casamento, pois o assunto é muito mais delicado do que apenas questão de liderança). Mas em sua maioria, as autoridades, especialmente espirituais, são bem-vindas e desejam o bem daqueles de quem são líderes. Submeta-se, antes de tudo, a Deus. Ele irá lhe ensinar a manter o orgulho longe e a humildade perto. Ele é humilde. Se estiver perto, humilde será.

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